segunda-feira, 27 de setembro de 2010

É como se ela tivesse ensaiado cada palavra. É como se tivesse passado horas em frente ao espelho, ensaiando. É como se quisesse, mas ao mesmo tempo não. É como se treinasse o tapa, mas ele apenas atingia seu próprio rosto e alma. É como se ela soubesse que ao olhar nos olhos do amado, ela não conseguiria. "Quer me dizer mais alguma coisa?". Ela negava, mesmo querendo por um fim naquele sofrimento todo. "Certeza?". Ela afirmou com a cabeça baixa e disfarçava a lágrima que estava a cair de seu olhos. Ela sentia o peso em suas costas de carregar a culpa, ela sentia a culpa em não saber lidar com o peso. Pensou no seu futuro e lembrou que talvez nele não havia o querido. Olhou ao redor e lembrou que ele estava ali, mas não estaria dali uns anos. Tentou pensar em um futuro mais próximo e lembrou que aquela culpa não acabaria. Pensou no passado e este a esmagava de dor. E como se acordasse de seus pensamentos, olhou nos olhos a sua frente. E fingiu ser feliz.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

"Não há ninguém igual a ti." Ele disse com confiança no olhar, enquanto desfrutava de mais um olhar profundo em direção aos seus olhos verdes claros. Ela olhava, com um pouco de desgosto. Ele retornava o olhar. No ritmo daquela dança "caliente", ele chegou mais perto. E com mais algumas palavras no ouvido, a conquistou. Com um grito, ele percebeu que a tinha conquistado. Com um carinho em direção a suas coxas, ela se retorceu e o olhou, novamente. "Dessa vez sem arrependimentos". Ela abaixou a cabeça, como se relembrasse a culpa e lembrasse da dor. A dor da culpa, que é algo que carregamos para sempre. Algo inesquecivél. "Será algo inesquecivel". Pausa. "Eu prometo". Fixamente, ela o olhou. Como uma mãe que cede a algum pedido, como um covarde que não tem própria opinião. Mesmo sabendo que iria se culpar mais tarde, seguiu. Não era feliz e mesmo sabendo que não poderia obter felicidade eterna, 10 minutos estavam bons para conseguir alguma.
Vou te dizer um faz de conta, não aquele de Clarice e muito menos um real. É apenas um faz de conta, onde todos fingem ser algo ou nada. Ela dançava com as pontas de seus pés, querendo alcançar o céu. Esquerda. Direita. Pliê. 1,2,3 e 4. Com seus pequenos lábios contava e dançava não no ritmo da música. Mas faz de conta. Pulava e ,sem ter o corpo de uma bailarina, dançava. Faz de conta que ela era feliz. Faz de conta que ela estava contente. Não haviam criticas e nem juízes. Eram apenas ela e a música, mas apenas faz de conta. Faz de conta que ela estava vestida como a Prima-Bailarina. Faz de conta que não importava as notas erradas que ela cometia. Mas apenas seu sentimento. Mas apenas faz de conta, porque o faz de conta não é real. Mas ... apenas faz de conta.






Não precisa entender (:

domingo, 12 de setembro de 2010


Ela estava deitada relembrando todos os momentos, mas só conseguia lembrar e relembrar o mais doloroso. Deitados estavam, olhando um para o outro. Ouve um momento de silêncio, onde só se ouvia a respiração de ambos. Foi como se desse para ver o brilho de seus olhos quando ele disse as três palavras que toda mulher gostaria de ouvir. Ela olhou com um pouco de dúvida, mas um toque retirou esta. A cabeça dela explodia de dor quando ela pensava em tudo o que aconteceu. Como ela foi capaz? Como ela deixou acontecer? Para ela pode haver perdão, mas nunca o esquecimento.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Com vontade de dizer algo que poderia não ser expresso em uma conversa cara a cara, ela escrevia cada linha de seus pensamentos em uma folha de papel. Escrevia e intrigada pelo fato de achar tudo errado e que deveria estar perfeito, apagava. Suspirava, pensava por alguns segundos e logo voltava a escrever. Imaginava aonde ele estaria quando lesse a carta. Talvez em baixo de uma árvore com a brisa batendo em sua face, ou talvez ele descumpriria o trato de ler somente depois da aula e, escondido, leria em baixo da carteira de escola. Ela ria ao pensar nas possibilidades. Já eram 21:14 e ela apenas tinha escrito: "Oi amor!". Tentava lembrar de fatos, quando decidiu escrever aquilo que ela sabia que lhe arrancaria um sorriso. Escreveu sobre o primeiro beijo, os presentes, o brilho nos olhos e as risadas que foram dadas. Não escreveu sobre obstáculos ou dificuldades que estavam enfrentando, queria lembrar de momentos agradavéis, como se aquela fosse a última carta. Não queria que aquela carta mudasse muita coisa - essa não era sua intenção. Apenas queria que lhe arrancasse um sorriso que provaria que ele era o homem de sua vida.

sábado, 4 de setembro de 2010

O ontem me disse pra esquecê-lo. E o amanhã para não me preocupar. O hoje me disse para viver. Como se fosse o último dia da minha vida. Para viver intensamente, sem pensar no que foi e sem me preocupar com o que será. Tive dúvidas. Tive medos. Mas você segurou na minha mão e percebi que poderia seguir em frente. Sem me assustar dei meu primeiro passo. Esqueci e apenas segui. Olhei para trás e logo te vi, estendi minha mão e disse: "Vem comigo?". Você veio correndo como uma pequena criança, abri um sorriso e recebi um de volta. Minhas lágrimas me purificaram, teu sorriso me fez crer que quem vive do passado é museu. Acreditei que poderia ser feliz. Creio que com você poderei esquecer e não me preocupar. Poderei viver o hoje sem pensar no que foi e no que será.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Chateado? Eu sou quem deveria estar assim. Você me fez chorar e me arrepender. Quase me fez acreditar que não existiam finais felizes. Quase me fez crer que a vida era mais fácil daquela maneira. Fácil? O arrependimento dói, e dói intensamente. Porque você não disse: "Vem, que tem alguém que quer te abraçar?" Mas não, você prefere não falar nada. Apenas me tocar. Me dizer com um olhar o quanto mal você é. Coisas Carnais! Coisas Mundanas! Me largue. Não encoste em mim! Eu queria ser um exemplo, pergunte se alguém deseja me seguir agora? Pergunte se alguém quer ser assim quando crescer? Lágrimas purificam e limpam a alma. Porém estou transbordando e não vejo uma alma limpa. O que há? Vai chorar agora? Não seja dramático. Não preciso de mais drama. Me largue! Eu já te disse. Vamos apenas conversar. Não me toque! Eu quero apenas uma palavra, que parece nem ter mais sentido neste relacionamento: Amor.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010



"O futuro mais brilhante
é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida
quando perdoar os erros
e as decepções do passado."
(Clarice Lispector)






Deus fez do arrependimento a virtude dos mortais
Voltaire